segunda-feira, 19 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Barroco

O estilo Barroco consisti em uma das escolas literárias mais ricas. Aqui no Brasil o Barroco é a primeira manifestação literária e é neste período que temos a produção do Boca do Inferno - Gregório de Matos. Juntamente com os alunos do 3º Ano - CAXO - COC, estamos estudando esse período e no dia 09/04, realizamos visita à Igreja Matriz de Santo Antônio de Jacobina, para percebermos mais de perto a arquitetura barroca presente nessa construção. Você pode acessar as fotos dessa visita e slides sobre o Barroco, nos ícones próprios.
A seguir mais algumas informações sobre esse período literário:

Barroco
A arte da indisciplina
• Marinismo – Gianbattista Marini
• Gongorismo – luís de Gongora Y Argote
• Preciosismo
• Eufuísmo – John Lyly
• A efemeridade do tempo e o carpe diem
• Cultismo
• Conceptismo
• Jogo de claro/escuro
Barroco português
• Pe. Antônio Vieira e Sóror Mariana Alcoforado
Barroco no Brasil
• Na poesia: Gregório de Matos; Bento Teixeira, Botelho de Oliveira e Frei Itaparica
• Na prosa: Pe. Antônio Vieira; Sebastião da Rocha Pita e Nuno Marques Pereira
Prof. Dulcinea Silva

sábado, 10 de abril de 2010

Argumentação

Argumentar é o ato de organizar o pensamento de forma lógica com o objetivo de persuadir, convencer, comprovar idéias.
Produzir textos (orais ou escritos) argumentativos é expôr seu ponto de vista e defendê-lo através de argumentos.
Uma das principais dificuldades no trabalho com produção de texto na escola é ensinar ao aluno produzir textos argumentativos coerentes e coesos. O baixo nível de leitura, a falta de conhecimento sobre temas, a deficiência de organização do pensamento com introdução, desenvolvimento e conclusão. Diante deste quandro, percebi que precisava desenvolver atividades que ajudassem os alunos na prática da argumentação e da contra-argumentação. Assim, surgiu a idéia do júri simulado. Dividimos a turma do 2º Ano do Ensino Médio - CAXO - COC, em dois grupos - acusação e defesa e escolhemos o Juiz, o Promotor, Advogados de desesa e acusação e o réu, ou melhor, a ré - a televisão. Os alunos estudaram e pesquisaram sobre programas, textos que falavam sobre essa mídia tão poderosa e no dia 09/04, realizamos o julgamento. Sete alunos do 3º Ano foram escolhidos para compor o Júri Popular. Testemunhas foram ouvidas, debates realizados. O Júri reubiu-se com o juiz e o veredicto foi dado: A TV foi condenada. A acusação venceu. Os argumento da acusação foram mais consistentes e conveceram o Júri.
Exercícios como este fazem o aluno desenvolver o raciocínio lógico e criar um poder maior de argumentação.
Parabéns aos meus queridos alunos do 2º Ano e agradecemos à professora de História do Ensino Médio, Viviane pelo apoio e aos alunos do 3º Ano que formaram o Júri Popular e aos demais que assistiram. Obrigada à Coordenação da Escola pelo apoio.
Você pode acessar as fotos no ícone e conferir.
Prof. Dulcinea Silva

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

TROVADORISMO

A época do Trovadorismo abrange as origens da Língua Portuguesa, a língua galaico-portuguesa (o português arcaico) que compreende o período de 1189 (1198) a 1418. Portugal ocupava-se com as Cruzadas, a luta contra os mouros, e estava marcado pelo teocentrismo (Deus como centro do universo) e pelo sistema feudal (sistema econômico e político, dividido entre senhores e vassalos ou servos), sistema este que já se encontrava em decadência.
Os poetas e cronistas dessa época eram chamados de trovadores, pois no norte da França, o poeta recebia o apelativo trouvère (em Português: trovador) e cantavam acompanhados de instrumentos como a cítara, a viola, a lira ou a harpa. Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos. Os trovadores tinham grande liberdade de expressão, entravam em questões políticas e exerceram destacado papel social. O primeiro texto escrito em português foi criado no século XII (1189 ou 1198) era a “Cantiga da Ribeirinha”, do poeta Paio Soares de Taveirós, dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha. As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros ou Livros de canções, são três os cancioneiros: Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana e Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (Colocci-Brancuti), além de um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X, o Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Eanes de Azuraram e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.
Tipos de Cantigas


Os primórdios da literatura galaico-portuguesa foram marcados pelas composições líricas destinadas ao canto.
Essas eram divididas em: 1. Líricas: a) Cantigas de Amor e b) Cantigas de Amigo 2. Satíricas: a) Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer.
Cantigas de Amor

Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada, o amor se torna tema central do texto poético. Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher. Segundo o homem, sua amada seria a perfeição e incomparável a nenhuma outra. O homem sofre interiormente, coloca-se em posição de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama, já que o homem é proibido de falar diretamente sobre seus sentimentos por ela (de acordo com as regras do amor cortês), que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador. Nesse tipo de cantiga há presença de refrão que insiste na idéia central, o enamorado não acha palavras muito variadas, tão intenso e maciço é o sofrimento que o tortura.
São cantigas que espelham a vida na corte através de forte abstração e linguagem refinada.
Cantigas de Amigo
O trovador coloca como personagem central uma mulher da classe popular, procurando expressar o sentimento feminino através de tristes situações da vida amorosa das donzelas. Pela boca do trovador, ela canta a ausência do amigo (amado ou namorado) e desabafa o desgosto de amar e ser abandonada, em razão da guerra ou de outra mulher. Nesse tipo de poema, a moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo e constituem um vivo retrato da vida campestre e do cotidiano das aldeias medievais na região.
Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer
Esse tipo de cantiga procurava ridicularizar pessoas e costumes da época com produção satírica e maliciosa.
As cantigas de escárnio são críticas, utilizando de sarcasmo e ironia, feitas de modo indireto, algumas usam palavras de duplo sentido, para que, não entenda-se o sentido real.
As de maldizer, utilizam uma linguagem mais vulgar, referindo-se diretamente a suas personagens, com agressividade e com duras palavras, que querem dizer mal e não haverá outro modo de interpretar.
Os temas centrais destas cantigas são as disputas políticas, as questões e ironias que os trovadores se lançam mutuamente.
As novelas de cavalaria - Surgiram derivadas de canções de gesta e de poemas épicos medievais. Refletiam os ideais da nobreza feudal: o espírito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o amor servil, mas estavam também impregnadas de elementos da mitologia céltica. A história mais conhecida é A Demanda do Santo Graal, a qual reúne dois elementos fundamentais da Idade Média quando coloca a Cavalaria a serviço da Religiosidade. Outras novelas que também merecem destaque são "José de Arimatéia" e "Amadis de Gaula".
Autores (Trovadores)
Os mais conhecidos trovadores foram: João Soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D. Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol.
Mas aqui falaremos apenas sobre alguns.
Paio Soares Taveirós
Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) era um trovador da primeira metade do século XIII. De origem nobre, é o autor da Cantiga de Amor A Ribeirinha, considerada a primeira obra em língua galaico-portuguesa.
D. Dinis

Dom Dinis, o Trovador, foi um rei importante para Portugal, sua lírica foi de 139 cantigas, a maioria de amor, apresentando alto domínio técnico e lirismo, tendo renovado a cultura numa época em que ela estava em decadência em terras ibéricas.
D. Afonso X

D. Afonso X, o Sábio, foi rei de Leão e Castela. É considerado o grande renovador da cultura peninsular na segunda metade do século XIII. Acolheu na sua corte e trovadores, tendo ele próprio escrito um grande número de composições em galaico-português que ficaram conhecidas como Cantigas de Santa Maria. Promoveu, além da poesia, a historiografia, a astronomia e o direito, tendo elaborado a General Historia, a Crônica de España, Libro de los Juegos, Las Siete Partidas, Fuero Real, Libros del Saber de Astronomia, entre outras.
D. Duarte
D. Duarte foi o décimo primeiro rei de Portugal e o segundo da segunda dinastia. D. Duarte foi um rei dado às letras, tendo feito a tradução de autores latinos e italianos e organizando uma importante biblioteca particular. Ele próprio nas suas obras mostra conhecimento dos autores latinos.
Obras: Livro dos Conselhos; Leal Conselheiro; Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela.
Fernão Lopes

Fernão Lopes é considerado o maior historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela busca da verdade. D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar à investigação da história do reino, devendo redigir uma Crônica Geral do Reino de Portugal. Correu a província a buscar informações, informações estas que depois lhe serviram para escrever as várias crônicas (Crônica de D. Pedro I, Crônica de D. Fernando, Crônica de D. João I, Crônica de Cinco Reis de Portugal e Crônicas dos Sete Primeiros Reis de Portugal). Foi “guardador das escrituras” da Torre do Tombo.
Frei João Álvares
Frei João Álvares a pedido do Infante D. Henrique, escreveu a Crônica do Infante Santo D. Fernando. Nomeado abade do mosteiro de Paço de Sousa, dedicou-se à tradução de algumas obras pias: Regra de São Bento, os Sermões aos Irmãos do Ermo atribuídos a Santo Agostinho e o livro I da Imitação de Cristo.
Gomes Eanes de Zurara
Gomes Eanes de Zurara, filho de João Eanes de Zurara. Teve a seu cargo a guarda da livraria real, obtendo em 1454 o cargo de “cronista-mor” da Torre do Tombo, sucedendo assim a Fernão Lopes. Das crônicas que escreveu destacam-se: Crônica da Tomada de Ceuta, Crônica do Conde D. Pedro de Meneses, Crônica do Conde D. Duarte de Meneses e Crônica do Descobrimento e Conquista de Guiné.
Algumas cantigas:
CANTIGA DE AMOR

No mundo non me sei parelha,
Mentre me for’como me vay
Ca já moiro por vos – e ay!
Mia senhor branca e vermelha,
Queredes que vos retraya
Quando vus eu vi em saya!
Mao dia me levantei,
Que vus enton non vi fea!
E, mia senhor, des aquel di’ ay!
Me foi a mi muyn mal,
E vos, filha de don Paay
Moniz, e bemvus semelha
D’aver eu por vos guarvaya
Pois eu, mia senhor d’alfaya
Nunca de vos ouve, nem ei
Valia d’ua correa.

CANTIGA DE AMIGO

- Ai flores, ai flores do verde pino,
Se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
Se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo, Aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai, Deus, e u é?

CANTIGA DE ESCÁRNIO

Conheceis uma donzela
Por quem trovei e a que um dia
Chamei dona Berinjela?
Nunca tamanha porfia
Vi nem mais disparatada.
Agora que está casada
Chamam-lhe Dona Maria.
Algo me traz enojado,
Assim o céu me defenda:
Um que está a bom recato
(negra morte o surpreenda
e o Demônio cedo o tome!)
quis chamá-la pelo nome
e chamou-lhe Dona Ousenda.
Pois que se tem por formosa
Quanto mais achar-se pode,
Pela Virgem gloriosa!
Um homem que cheira a bode
E cedo morra na forca
Quando lhe cerrava a boca
Chamou-lhe Dona Gondrode.